Se no ano passado Ronaldo Fraga declarou que a moda tinha acabado, agora podemos dizer que ela resuscitou? Sim, e aliás junto de um bom suspiro de “ufa!”. Afinal Ronaldo é um dos melhores contadores de história da semana de moda. E como uma fiel espectadora de suas histórias, posso dizer que SPFW sem ele não tem o mesmo gosto. Ainda mais em uma temporada em que deixamos o anglicismo de lado e buscamos termos no dicionário português. Porque essa é a moda de Fraga: nada de referências externas, o que ele traz à passarela é o viés brasileiro, e sem cair no conto para “inglês ver”.
E desta vez a história que ele conta é a do “Turista Aprendiz na Terra do Grão-Pará”. Ele abriu a passarela com uma cartela cru no escuro com fibra optica por baixo das peças. O forte da coleção são as peças amplas, mas nada de o que vimos no desfile de Alexandre Herchcovitch – aqui os ombros são no lugar. Ronaldo soube conciliar a tradição ao brega, deixando isso bem claro com as músicas que terminaram com o tecno brega tão típico do Pará. Estampas que exaltam as plantas locais como as bromélias casaram com peças construidas de madeira (roupas e muitos acessórios como carteira e pulseiras) com transparência, estampas gráficas (que ora se parecem com a terra seca, ora com sementes) e um decotão nadador que deixou as costas à mostra.



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